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Descubra os mitos e verdades sobre o vírus HPV

Um inimigo silencioso: assim poderia ser descrito o HPV. Só no Brasil, estima-se que cerca de 10 milhões de pessoas estejam infectadas pelo vírus, que é um dos principais responsáveis pelo câncer de colo do útero, terceiro tumor mais frequente nas mulheres.

Apesar disso, o vírus HPV é ainda pouco conhecido pelas mulheres em geral. Provavelmente você já ouviu falar no assunto, mas será que sabe realmente quais são os seus sintomas e, principalmente, como se prevenir contra a doença?

No post de hoje, você vai entender melhor o que é o vírus HPV e como ele age no organismo da mulher. Acompanhe a leitura!

O que é o vírus HPV?

O HPV, ou papilomavírus humano,  é um grupo composto por mais de 100 tipos de vírus. Desse total, cerca de 60 causam verrugas na pele, em locais como mãos, pés, braços e tórax.

Os outros 40 tipos habitam as mucosas, como  a vagina, o ânus, o pênis e o colo do útero. São também chamados de HPV do tipo genital, e sua principal causa de transmissão são as relações sexuais desprotegidas.

Ainda que o problema possa ser controlado, nem sempre é possível curar definitivamente uma pessoa que contraiu HPV, já que é muito difícil que o vírus seja totalmente eliminado do organismo.

Se não tratado de maneira adequada, o vírus HPV pode se tornar uma das principais causas do desenvolvimento de câncer do colo do útero, quarta causa de morte de mulheres por câncer no Brasil.

Quais são os principais sintomas do HPV?

É bastante comum que o HPV não se manifeste, seja na forma de lesões sérias ou de verrugas benignas.  Em outra palavras, a doença pode ser totalmente assintomática: você pode estar infectada pelo vírus ainda que não sinta nenhum desconforto ou note qualquer alteração no seu organismo.

Na maioria das vezes, o próprio corpo se encarrega de reagir e combater o HPV. Quando se manifesta, o principal sintoma da doença é o surgimento de verrugas na vagina, pênis, ânus e, em alguns casos, na boca ou na garganta.

É possível se prevenir contra o HPV?

Uma das melhores maneira de se proteger contra a doença é evitando qualquer tipo de contato sexual sem preservativos. Ainda que não evite totalmente o surgimento do vírus HPV,  o uso da camisinha nas relações sexuais orais, anais e genitais oferece uma proteção bastante efetiva contra o problema.

Além disso, também é possível tomar vacinas contra alguns tipos de HPV. A quadrivalente recombinante, indicada para homens e mulheres entre 9 e 26 anos, protege contra o HPV tipo 6, 11, 16 e 18, enquanto a vacina bivalente, indicada para mulheres a partir dos 9 anos, confere proteção contra o vírus HPV tipos 16 e 18.

Mesmo se você já recebeu o diagnóstico de HPV, é uma boa ideia tomar a vacina, já que existem alguns estudos com evidências bastante promissoras de que a imunização ajude a prevenir a reinfecção ou reativação da doença.

Além disso, uma das mais eficazes formas de prevenção e controle do vírus HPV é marcar consultas periódicas com seu ginecologista, para que ele possa realizar o Papanicolau.

Durante o exame, uma amostra do colo do útero é coletada, de maneira rápida e indolor, no próprio consultório. O material é avaliado em laboratório e pode diagnosticar uma grande variedade de alterações no aspecto das células da região.

Além de auxiliar no diagnóstico de alterações no colo do útero provocadas pelo HPV, o Papanicolau também é capaz de detectar infecções e inflamações vaginais, DST’s que ainda não manifestaram sintomas externos e, principalmente, o câncer do útero ainda em sua fase assintomática, quando as chances de sucesso do tratamento são grandes.

Existe tratamento contra o HPV?

O melhor método de tratamento contra o vírus HPV deve ser escolhido pelo seu ginecologista, que levará em consideração fatores como a sua idade, o tipo de HPV e a presença, extensão e localização das lesões, já que, como dissemos, existe a possibilidade de que o problema regrida espontaneamente.

Em alguns casos, o HPV é tratado com o uso de pomadas na região afetada. Pode ser que o profissional opte ainda pela realização de procedimentos como a cauterização, que evita que a lesão progrida para um câncer de colo de útero. Em casos mais graves, o ginecologista poderá indicar  também tratamento cirúrgico.

O HPV pode trazer riscos para a gestante?

O HPV não ameaça a evolução da gestação e nem a saúde do bebê, já que não pode atravessar o líquido amniótico e tampouco é transmitido pelo sangue.

No entanto, se não tratadas ao longo da gestação, as lesões do HPV podem se agravar e, além de obstruir o canal por onde o bebê vai passar, pode acabar contaminando-o. Nos casos em que as lesões são muito grandes, o parto vaginal não é recomendado.

Como você pode ver, a melhor maneira de se manter longe do vírus HPV é protegendo-se durante as relações sexuais e fazendo visitas periódicas ao seu ginecologista. Não se esqueça que ele é o profissional mais indicado para acompanhar de perto a sua saúde e realizar tanto o diagnóstico quanto o tratamento de qualquer problema que eventualmente surgir.

Gostou de saber mais sobre o vírus HPV e o que você pode fazer para prevenir-se contra a doença? Então não se esqueça de compartilhar esse artigo em suas redes sociais para que mais mulheres possam se conscientizar sobre o assunto!

Dra. Tania Gewehr

Médica, Ginecologista e Obstetra, com consultório na região do Morumbi, em São Paulo. É especialista em gestação de alto risco e também cuida da saúde ginecológica da mulher em todas as fases de sua vida, inclusive adolescentes. Realiza pré-natal, parto e pós-parto completos, realizando exames de ultrassom obstétricos no próprio consultório. Orienta mulheres na contracepção adequada, seja utilizando Diu ou implante hormonal.