Saiba quais fatores determinam uma gravidez de risco

Grávida sendo examinada pelo obstetra em consultório

Quando uma gestante recebe o diagnóstico de gravidez de risco, não é incomum que a euforia causada pela notícia da gestação seja substituída por preocupação e até por um certo nervosismo.

No entanto, não há motivo para pânico! Embora seja uma condição que inspire cuidados e monitoramento médico constante, do pré-natal até o nascimento do bebê, a gravidez de risco nem sempre é sinônimo de repouso absoluto durante 9 meses.

Na verdade, o termo indica que a gestante deverá ter atenção redobrada com a saúde para que a gravidez corra sem problemas — o que pode ou não incluir repouso absoluto. Para que você possa entender melhor o que é uma gravidez de risco e quais são os cuidados necessários, preparamos um guia com as dúvidas mais comuns sobre o assunto. Boa leitura!

O que é gravidez de risco?

Em linhas gerais, uma gravidez é considerada de risco toda vez que, após a realização e avaliação dos exames clínico e laboratoriais, o obstetra constata a possibilidade de ocorrer qualquer tipo de doença, complicação ou mesmo a morte da mãe ou do bebê durante a gravidez ou no momento do parto.

Quais são os principais sintomas de uma gravidez de risco?

Ao longo da gestação, uma verdadeira “revolução” acontece no corpo da futura mamãe. Por isso, é comum sentir desconfortos típicos de cada fase, como náuseas, prisão de ventre e dores nas costas.

Alguns sintomas, no entanto, podem indicar uma gravidez de risco, e é essencial que você busque um obstetra imediatamente se eles aparecerem. Saiba quais são:

  • Vômitos e náuseas frequentes e que não passam após o primeiro trimestre da gestação;
  • Dor ao urinar;
  • Sangramento vaginal;
  • Contrações uterinas antes do tempo;
  • Perda de líquido amniótico;
  • Ausência de movimentos do bebê por mais de um dia;
  • Tonturas e desmaios frequentes;
  • Aceleração dos batimentos cardíacos repentina e sem causa aparente;
  • Dificuldade em caminhar;
  • Inchaço súbito do corpo.

Quais são os principais fatores que determinam uma gravidez de risco?

Diabetes gestacional

O excesso de glicose no sangue durante a gestação é um dos fatores que determinam uma gravidez de risco. Diferente da diabetes comum, a diabetes gestacional quase sempre desaparece após o nascimento da criança.

Até lá, no entanto, é preciso tomar alguns cuidados, já que o excesso de açúcar pode atravessar a placenta e chegar até a criança, fazendo com que ela cresça demais e aumentando as chances de realização de uma cesariana.

Outra possibilidade é que o volume do líquido amniótico aumente demais, o que pode causar parto prematuro e descolamento de placenta. Além disso, bebês de grávidas que tiveram diabetes gestacional estão mais propensos a ter problemas respiratórios, hipoglicemia e icterícia.

Por isso, é importante buscar um obstetra de sua confiança que a acompanhe durante toda a gestação, para que ele possa realizar todos os exames necessários e detectar rapidamente o eventual surgimento do problema.

Gestação múltipla

A gestação múltipla — aquela em que acontece a formação de mais de um feto ao mesmo tempo — é considerada pelos médicos como de risco porque, além de todos os sintomas da gravidez estarem mais presentes, o útero precisa se desenvolver mais.

Também é importante considerar que, em gestações múltiplas, são maiores as chances de complicações que podem afetar a saúde da mãe e do bebê, como diabetes gestacional, pressão alta e pré-eclâmpsia.

Hipertensão

O aumento da pressão arterial durante a gravidez é um problema que pode comprometer tanto a saúde da gestante quanto a do bebê. Por isso, é importante monitorar a condição de perto e tomar as precauções necessárias.

Normalmente provocada por maus hábitos de saúde, como alimentação com excesso de sal e sedentarismo, a hipertensão eleva os riscos de pré-eclâmpsia, que nada mais é que o aumento da pressão arterial acompanhado de perda de proteínas pela urina.

Se não controlada, a pré-eclâmpsia pode evoluir para a eclâmpsia, reta final da doença que pode trazer complicações graves, como convulsões, coma e até mesmo a morte da gestante e do bebê.

A melhor maneira de evitar o problema é mesmo adotando bons hábitos alimentares — prefira frutas, verduras e legumes e passe longe dos alimentos excessivamente industrializados e repletos de sódio — e exercitando-se com frequência.

Idade da gestante

Sim, a idade da futura mamãe pode ser um fator determinante para uma gravidez de risco. Isso porque antes dos 15 anos, o corpo da mulher ainda não está totalmente preparado para suportar uma gestação.

Também é bastante comum que gestantes nessa faixa etária demorem bastante a detectar a gravidez  — e quanto mais tempo ela passar sem acompanhamento médico, maiores são as chances de complicações.

A possibilidade de uma gravidez de risco volta a crescer após os 35 anos. Nessa fase da vida, as chances de engravidar vão diminuindo e aumentam as chances de desenvolver problemas na tireoide, diabetes, hipertensão e de gerar um bebê com alterações cromossômicas, como a Síndrome de Down.

Nada disso, no entanto, é motivo para desespero. Para mamães que se encontram nessa faixa etária, a melhor recomendação é mesmo buscar acompanhamento médico especializado, para garantir uma gestação tranquila.

Ameaça de parto prematuro

Qualquer doença ou complicação que possa levar a um parto prematuro caracteriza uma gestação de risco. Apesar de necessitar de acompanhamento constante, a ameaça de parto prematuro, no entanto, deve ser recebida com tranquilidade.

Como o próprio nome diz, trata-se de uma possibilidade, e não uma sentença de que o bebê obrigatoriamente nascerá antes do tempo. Para evitar que isso aconteça, é importante consultar-se regularmente com um obstetra de confiança e seguir as recomendações fielmente.

Além disso, é importante ficar atenta à alguns sintomas que, quando aparecem antes de 37 semanas de gestação, podem indicar parto prematuro, como sangramentos, pressão excessiva na pelve, mudanças significativas no volume e tipo de secreção vaginal e contrações. Nesses casos, é importante buscar um médico o mais rápido possível.

Como evitar complicações em uma gravidez de risco?

A melhor maneira de evitar complicações em uma gravidez de risco é mesmo tendo atenção redobrada com a sua saúde e bem-estar. Conheça algumas medidas importantes:

  • mantenha uma alimentação saudável: evite doces, frituras, refrigerantes e alimentos ricos em sódio, adoçantes artificiais e corantes;
  • controle seu peso: ao contrário do que você imagina, gravidez não é sinônimo de comer em dobro! Fique de olho na balança e não engorde mais do que o recomendado pelo seu médico;
  • pratique atividade física: se você já era adepta da prática de esportes, converse com seu médico para saber como adaptar sua rotina fitness a essa fase da vida. Se está pensando em começar agora, também é bom buscar orientação com o profissional sobre as atividades mais indicadas para o seu caso;
  • visite seu médico regularmente: normalmente, uma gravidez de risco requer ainda mais consultas pré-natais do que uma gestação sem intercorrências. Dessa maneira, o obstetra pode identificar e tratar precocemente qualquer complicação. Por isso, não falte nas consultas e siga todas as orientações prescritas, ok?
  • cumpra o repouso: se você tem uma gravidez de risco e o seu obstetra indicar repouso, nada de abusar! Siga à risca as determinações, já que a recomendação do profissional pode evitar complicações e até problemas mais graves para você e para o bebê;
  • não consuma bebidas alcoólicas e nem fume: tanto o álcool quanto o cigarro aumentam o risco de aborto, parto prematuro e má-formação fetal. Evite ainda locais com fumaça de cigarro, que fazem de você uma fumante passiva;

Como você pode perceber, o mais importante ao receber o diagnóstico de gravidez de risco é fazer um acompanhamento rigoroso com um obstetra de sua confiança.

Dessa maneira, você diminui consideravelmente as chances de complicações e garante uma gestação tranquila para você e para o seu bebê!

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