Você sabia que, apesar de ser alto o número de mulheres que possuem miomas, uma boa parte delas não sabe disso?
Muitas vezes, o problema só é detectado durante a realização de exames ginecológicos ou quando a mulher enfrenta dificuldades para engravidar. Seu diagnóstico pode causar um certo nervosismo, especialmente quando o ginecologista menciona que o mioma, é na verdade, um tumor muscular uterino.
Apesar disso, não há motivo para pânico. É preciso deixar claro que um mioma é um tumor benigno, e que não há possibilidade de que com o tempo ele evolua para um câncer.
No entanto, o problema precisa ser acompanhado de perto pelo seu médico. Para você entender melhor os tipos de mioma, as possibilidades de tratamento e seu impacto na gestação, elaboramos esse post. Boa leitura!
O mioma
Também conhecido como fibroma, fibromioma ou leiomioma, o mioma surge e cresce no tecido muscular que forma o útero, provavelmente por uma predisposição genética.
Fatores como histórico familiar, etnia — o mioma é de três a nove vezes mais comuns em mulheres negras — e o fato de não ter filhos também contribuem para o aparecimento do problema.
De coloração esbranquiçada e consistência firme, os miomas são em sua maioria múltiplos, e podem variar bastante de tamanho. O problema pode permanecer estável durante anos e, na sequência, crescer em um espaço de poucos meses, alterando inclusive o tamanho do útero conforme vai se desenvolvendo.
Tipos de mioma
Os miomas estão divididos de acordo com sua localização no útero em cinco tipos, a saber:
- intramural, quando se encontra na espessura da musculatura do útero;
- submucoso, quando está na parte interna do útero;
- pediculado ou subseroso, quando fica alojado na superfície externa do útero;
- em parturição, quando localiza-se no canal cervical;
- intraligamentar, quando se desenvolve entre os ligamentos de suspensão entre o útero e o ovário.
Sintomas
Na maior parte das mulheres, o problema é assintomático, ou seja, você pode ter um mioma e não sentir qualquer dor ou desconforto. Quando aparecem, os sintomas mais comuns são:
- fluxo menstrual intenso, prolongado e com surgimento de coágulos, podendo provocar anemia;
- cólicas intensas, durante o período menstrual ou não;
- sensação de peso no ventre;
- sangramento entre os períodos menstruais;
- vontade de urinar constante e infecções do trato urinário;
- dor durante as relações sexuais;
- prisão de ventre;
- dificuldade para engravidar;
- aumento do volume da região abdominal;
- dor ou incômodo persistente na lombar;
- dor pélvica acompanhada de hemorragia.
Diagnóstico
Normalmente, os miomas são detectados durante a realização do exame ginecológico associado à ultrassonografia transvaginal ou pélvica.
Em alguns casos, o ginecologista pode solicitar a realização de dois outros tipos de exames, que você vai entender melhor agora:
Videohisteroscopia
Trata-se de um procedimento ambulatorial, ou seja, que não exige internação nem anestesia, para visualização da cavidade uterina por meio de uma microcâmera acoplada a um tubo e introduzida pela vagina.
O exame tem como objetivo avaliar os miomas e verificar se há a possibilidade de retirada por meio de uma videohisteroscopia cirúrgica.
Ressonância magnética da pelve
Durante o procedimento, que não exige internação e é totalmente indolor, a paciente é posicionada no interior de uma espécie de tubo, que capta imagens em alta resolução da pelve e de todas as suas estruturas e órgãos.
Para melhorar a visualização dos miomas, é aplicada uma injeção venosa de contraste, que não causa efeitos colaterais na maior parte das pacientes. O objetivo do procedimento é possibilitar que o ginecologista observe com clareza miomas e lesões ainda que eles sejam de tamanho bem reduzido.
Esses exames também podem ser solicitados pelo seu médico quando houver a suspeita de que os sintomas possam estar sendo provocados por outras doenças, como a endometriose e os pólipos endometriais.
Tratamento
Em alguns casos, como quando a paciente não apresenta sintomas, possui tumores pequenos ou está prestes a entrar na menopausa, fase em que muito miomas regridem, o ginecologista pode optar apenas pelo acompanhamento por meio de consultas e exames.
Em outros casos, pode ser necessário o tratamento medicamentoso. Ainda que nenhum medicamento possa fazer o mioma desaparecer por completo, é possível tratá-lo, impedindo o seu crescimento e até mesmo favorecendo a diminuição do seu volume com anti-inflamatórios não hormonais, antifibrinolíticos e anticoncepcionais hormonais.
Além disso, existe a possibilidade de tratamento cirúrgico, que será avaliada pelo médico levando em consideração fatores como o número de miomas, tamanho, localização, a idade da paciente e se ela pretende engravidar futuramente.
Existem dois tipos de cirurgia para remoção de miomas. A primeira delas, chamada miomectomia, retira apenas o mioma, preservando as estruturas do útero. Nesse caso, como existe grande probabilidade de que novos miomas apareçam posteriormente, o ginecologista pode indicar o uso de medicamentos que bloqueiam a produção de hormônios.
A segunda possibilidade cirúrgica é a histerectomia, que consiste na retirada do útero com os miomas, e é indicada para mulheres como mais de 35 anos e que já possuem filhos. O procedimento pode ser realizado por meio de laparoscopia, videolaparoscopia ou via vaginal.
Outra possibilidade de tratamento dos miomas é por meio da realização de um procedimento não cirúrgico chamado de embolização, que usa partículas sólidas para obstruir as artérias do útero e assim reduzir a nutrição dos tumores. A técnica é mais indicada para quem não quer fazer a cirurgia ou necessita, por algum motivo, adiá-la.
Mioma na gestação
Normalmente, o mioma na gestação não é grave. Apesar disso, é preciso redobrar a atenção, já que, além de cólicas e dores abdominais, existe a possibilidade de complicações mais sérias, como descolamento da placenta, limitação do crescimento do bebê ou parto prematuro provocado pelo aumento do volume do tumor.
Em alguns casos, o mioma pode causar o aborto espontâneo no primeiro trimestre da gestação, já que o problema costuma provocar sangramentos intensos em algumas mulheres. Por isso, é fundamental agendar consultas periódicas com seu ginecologista durante toda a gravidez para que ele possa acompanhar a questão mais de perto e garantir a sua segurança e a do bebê. Após o parto, os miomas podem ser retirados cirurgicamente se houver necessidade.
Se você deseja saber mais sobre mioma ou tem alguma dúvida sobre o assunto, agende agora mesmo a sua consulta!