De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, a diabetes gestacional é a doença metabólica mais comum durante a gestação, podendo afetar até 25% das futuras mamães.
Apesar disso, o problema ainda é pouco conhecido pelas mulheres que desejam engravidar ou que acabaram de receber a notícia da gravidez.
Pensando nisso, elaboramos esse artigo para que você possa entender melhor a diabetes gestacional, saber quais são os fatores de risco que levam as grávidas a desenvolver a doença e o que é possível fazer para evitar o problema. Boa leitura!
O que é diabetes gestacional?
A diabetes gestacional é caracterizada pelo aumento das taxas de açúcar no sangue durante a gravidez.
O problema é que na maior parte dos casos desaparece após o parto, costuma se desenvolver por volta do 3 º trimestre da gestação, causado por uma resistência à insulina provocada pelos hormônios da gravidez.
Quais são os principais sintomas da diabetes gestacional?
Não é incomum que os sintomas da diabetes gestacional sejam confundidos com alterações normais do organismo durante a gravidez, o que pode atrasar o diagnóstico.
Portanto, é importante que você realize o acompanhamento pré-natal com um médico de sua confiança e fique atenta a sinais como:
- excesso de sede ou de fome;
- ganho de peso exagerado, seu ou do bebê;
- inchaço frequente nas pernas e nos pés;
- cansaço persistente;
- aumento da vontade de urinar ou infecção urinária frequente;
- visão turva;
- candidíase.
É possível evitar a diabetes gestacional?
Como está relacionada à alterações hormonais ligadas à gravidez, nem sempre a diabetes gestacional poderá ser evitada. No entanto, os riscos de desenvolver a doença caem consideravelmente se você cuidar da sua saúde.
A melhor maneira de fazer isso é adotando uma dieta equilibrada, livre de farinhas, açúcares e gorduras em excesso. Priorize alimentos como frutas, verduras, legumes e proteínas e evite pratos muito calóricos e excesso de industrializados.
A recomendação é válida inclusive para as futuras mamães que não estavam acima do peso ao engravidar. Esqueça o mito de que a gestação é um período em que se deve comer dobrado e procure ganhar peso gradualmente, mantendo-se dentro dos limites recomendados pelo seu obstetra.
Também é uma ótima ideia fazer atividades físicas moderadas se não houver qualquer restrição médica, já que pesquisas indicam que exercitar-se com regularidade ajuda a controlar os níveis de açúcar no sangue.
Como a diabetes gestacional é detectada?
Normalmente, durante o pré-natal, o obstetra solicita um exame de sangue que mede a glicemia em jejum. Caso as taxas de açúcar estejam alteradas, o profissional costuma pedir um segundo exame, chamado teste de tolerância à glicose ou exame da curva glicêmica, para confirmar o diagnóstico.
Ainda de que o resultado da glicemia em jejum seja normal, o obstetra pode considerar que há alto risco de surgimento da diabetes gestacional ao longo da gravidez. Nesse caso, é importante ficar atenta à alimentação e repetir o exame ao menos mais duas vezes durante a gestação.
Caso a doença seja detectada, a futura mamãe será submetida ao controle glicêmico regularmente, para acompanhar o desenvolvimento da doença.
Sem um acompanhamento pré-natal adequado, é muito difícil detectar a diabetes gestacional. Por isso, não abra mão de fazer consultas periódicas para garantir a sua saúde e de seu bebê.
Que riscos a diabetes gestacional pode trazer para o bebê?
Como o excesso de açúcar no sangue pode atravessar a placenta e chegar até o bebê, a diabetes gestacional pode fazer com que ele cresça além do recomendado, o que dificulta o parto normal e aumenta as chances de uma cesariana.
Além disso, o volume do líquido amniótico pode aumentar demais, levando ao rompimento da bolsa antes da data prevista e provocando um parto prematuro.
A diabetes gestacional também está relacionada a uma maior propensão ao surgimento problemas respiratórios, doenças cardíacas, hipoglicemia e icterícia no recém-nascido.
Alguns pesquisadores acreditam ainda que bebês que nascem maiores têm maior probabilidade de desenvolver obesidade no futuro, o que pode ser fator de risco para uma série de problemas de saúde, como doenças cardíacas e hipertensão.
Que problemas a diabetes gestacional pode trazer para as grávidas?
Para as grávidas, o principal problema da diabetes gestacional é a maior probabilidade de morte súbita fetal e desenvolver a pré-eclâmpsia, aumento súbito da pressão arterial que, quando não tratado adequadamente, pode evoluir para casos mais graves e até a morte.
Além disso, a gestante fica mais sujeita à necessidade de uma cesariana devido ao tamanho do bebê ou, em caso de realização de parto normal, pode acabar sofrendo alguma laceração no períneo.
Como é realizado o tratamento para diabetes gestacional?
O tratamento mais comum para diabetes gestacional é a adoção de uma dieta baixa em carboidratos, livre de açúcar e farinha. Se não houver qualquer outra restrição, é indicado também a prática de exercício físico moderado.
Em casos mais graves, quando a taxa de açúcar no sangue é muito mais alta do que a adequada, o obstetra pode prescrever o uso de medicamentos hipoglicemiantes com a insulina — que pode ser aplicada em casa, pela própria gestante — a fim de reverter esses índices.
Quais são os fatores de risco para diabetes gestacional?
Em geral, mulheres que já tiveram diabetes gestacional ou deram à luz bebês com peso acima da média são mais propensas a ter o problema em uma nova gravidez. Além disso, a doença costuma aparecer com mais frequência em mulheres:
- com mais de 35 anos;
- com sobrepeso ou obesidade prévios ou adquiridos durante a gravidez;
- que possuem familiares em primeiro grau com histórico de diabetes;
- com estatura menor que 1,50 m.
Como você pode ver, a melhor maneira de evitar o surgimento da diabetes gestacional é adotando uma dieta balanceada, rica em frutas, verduras, legumes e proteínas magras, praticando exercícios físicos e fazendo consultas regulares ao seu obstetra ao longo da gestação, para que ele possa detectar precocemente o surgimento do problema e garantir a sua saúde e de seu bebê.
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